O mercado publicitário sempre almeja atingir o maior número possível de
retorno de investimento em uma mídia. A
visibilidade, em métricas, é uma das grandes formas de validar esse retorno. Por estas questões, o termo
“marketing viral” ganhou popularidade e passou a ser alvo de agências e clientes. No entanto, não é possível
“criar um marketing viral”, isto porque os públicos são seres de sociabilidade que, hoje mais do que nunca, possuem os dispositivos tecnológicos para buscarem os assuntos dos seus interesses.
É comum, quando determinado conteúdo ganha alta visibilidade através do compartilhamento em sites de redes sociais, que ele seja referenciado como um viral. Por exemplo, quando um vídeo é compartilhado por muitas pessoas, ele é considerado um vídeo viral, tanto por agências de publicidade quanto socialmente. No entanto, Jenkins, Ford e Green (2013) desenvolvem uma crítica ao uso dessa palavra aos conteúdos compartilhados em demasia na internet. Para eles, o uso do termo “viral”, em relação a determinados conteúdos, faz com que se entenda o receptor da comunicação não como um ser de sociabilidade e consequentemente subestima os públicos, colocando os produtores como únicos detentores do controle sobre as mensagens.
E daí fica a pergunta:
Como é possível tornar um conteúdo espalhável, com alta visibilidade e compartilhamento?
Além de características mais técnicas, como a portabilidade e disponibilidade, os conteúdos, para desenvolverem espalhabilidade, devem tratar de temáticas que, através do estudo de Jenkinset al., (2013) são apresentados como mais espalháveis; são elas:
- Fantasias e valores (práticas de fandoms, comunidade de fãs);
- Humor;
- Paródias e referências;
- Conteúdos inacabados;
- Mistérios;
- Controvérsias oportunas (gerar uma disputa de sentidos, posicionamentos, a partir de determinado conteúdo);
- Boatos.
Para isso, é importante atentar também a questões algorítmicas, estéticas e interativas de cada plataforma. Como por exemplo, o tipo de imagem que será utilizado, o tamanho do texto, a forma como o conteúdo está disposto.
Todos esses fatores somados, englobando o conteúdo em si com a estética em torno dele, tornam o conteúdo espalhável, se isso for associado a uma marca, se ganha muito mais visibilidade e vínculo com o público.
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